O universo imagético faz a mediação do ser com o seu entorno, contribuindo para a produção de outras formas de pensamento.
As imagens possibilitam a criação dos sujeitos, a invenção do desejo e se configuram como forma e força de expressão. Essa criação, que parte da multiplicidade que há em nós, dá vazão ao delírio, à fantasia e a toda potência presente na linguagem artística, possibilitando a invenção, o surgimento do novo que se dá no entrecruzamento intensivo de fluxos, movimentos e relações.
As imagens e sons do mundo são como uma enorme composição macrocósmica. Para percebê-la, é necessário desvincular-se de uma sensibilidade fragmentada, formada, muitas vezes, de forma traumática nas relações do cotidiano. Ensinaram-nos a “separar” nossos sentidos para desenvolver acuidades específicas e uma apreciação disciplinada. Na busca de nossa virtuosidade, fomos obrigados a deixar que muita da nossa percepção se contraísse e uma total e prolongada separação dos sentidos resulta em fragmentação da experiência. O ensino da música, da dança, ou da pintura, por exemplo, costuma utilizar um conjunto de receptores sensitivos com a exclusão dos outros.
Mas a vida é multisensorial, e as artes se abrem em multimeios. O que temos diante de nós aponta para a necessidade de destacarmos formas de arte que envolvam os multisentidos.
Mas isso, é uma (outra) longa história...
"...a capacidade de ver o invisível" Carta branca - Rene Magritte - 1965 |
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