segunda-feira, 28 de setembro de 2020

“Sabença aprendida”

"-Adianta querer saber muita coisa? O senhor sabia, lá para cima - me disseram. Mas, de repente chegou neste sertão, viu tudo diverso diferente, o que nunca tinha visto. Sabença aprendida não adiantou para nada... Serviu algum?" (Guimaraes Rosa) O que temos feito da nossa "sabença aprendida"?


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Banalidades... (?)

Muito tempo... mais de ano!!!
Muita coisa... tanta mudança!!!
As redes sociais tem absorvido muito do meu tempo. Essa é a única explicação que encontro pra minha ausência. Não me faltou assunto, tempo ou inspiração pra escrever. Apenas... outros interesses e interações.
De volta então. Dessa vez, pra descrever um cenário que me inquieta: o das palavras banais (ou banalizadas. Talvez seja melhor assim!)
Começando por "Amigo/Amizade" (pegando o "gancho" das redes sociais).
Como na canção do Roberto "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..."? Não, né? Não ia dar conta de tanta gente (imagina na festa do meu niver!!) e cantar forte eu já canto (e isso é um problema!!!) hahahah... Brincadeira!!
Tenho amigos, muitos!! alguns de perto, outros nem tanto. Mas são AMIGOS, com os quais sei que posso contar. Pra qualquer coisa: pra rir, chorar, passar raiva, momentos bons... pra criticar (e ser entendido), ser criticado (e poder discordar)... pra mandar mensagem chata e receber até as "correntes"... pra contar sobre viagens, filhos, marido, família... pra trocar receitas (fáceis), corrigir textos e mandar os meus para serem corrigidos... pra convidar e ser convidado (nem que seja pra tomar um cafezinho na cantina da escola)...
Enfim... amigos. Não importa número, mas a relação que se tem. Por isso, nas redes sociais, não me sinto desconfortável quando não aceito uma solicitação de amizade.
Amigo que aceito pode ver minhas fotos, pode compartilhar ou criticar minhas postagens... e mesmo não concordando comigo, tem os mesmos princípios éticos que eu. Se não for assim, tá fora (e eu to fora também!!!)
Amigo pra mim não é uma palavra banal. Vai além das definições que os dicionários trazem.
Falando nisso, busquei na rede a definição de amigo (não que eu me preocupe com definições, mais por curiosidade mesmo!). Encontrei um dicionário interessante: o Dicionário Informal (http://www.dicionarioinformal.com.br/). Gostei muito de uma das definições de amigo. Na verdade, gostei mesmo do exemplo dado!!: "Amigo - aquele com quem podemos contar a qualquer hora. Que sempre está disposto a ajudar. Exemplo: O cachorro só é o melhor amigo do homem porque não conhece o dinheiro." kkkkkkkkkk. No mínimo, exótico!!!
Outra definição sobre amigo/amizade que achei interessante. Ouvi no programa da Ana Maria Braga:
"o verdadeiro amigo não é o que é solidário na desgraça, mas o que suporta o seu sucesso". (frase atribuida a Vera Loyola).
 Enfim... como disse, não me preocupo muito com definições. Quando se define algo, tenho a impressão de que se fecha a porta da possibilidade de mudança. Escolhi a palavra pois me incomoda perceber o quão banal se tornou seu uso.

Outras palavras são usadas sem critério. Por exemplo, amor, felicidade, ajuda... mas isso é papo pra outro post.
Volto em breve!
Ah! e para meus amigos, uma bela imagem! Quem é, entende (estou me superando!! rsrs)
Imagem Disponívl em: http://re-downloads.info/wallpapers/pedra-azul-domingos-martins

domingo, 26 de dezembro de 2010

Fim de ano

Drummond disse:

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. [...] Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente." (Cortar o tempo -Carlos Drummond de Andrade)

Genial! A cada dia, nova oportunidade, a cada mês, um recomeço, a cada ano, novas esperanças...

Aproxima-se o 31 de dezembro e a vontade que o ano termine para que tudo se renove é evidente. Parece mágica: meia noite, contagem regressiva, virada... tudo muda, tudo vai ser melhor... o que dava errado, agora vai dar certo, o que ainda não foi alcançado, estará ao alcance das mãos, logo no primeiro dia do ano. Desejos, expectativas, certezas, lista de boas intenções... pular sete ondas, comer sete uvas, sementes de romã, lentilhas... roupa branca, amarela, muito dourado... ano do coelho, signos... páginas em branco, novos caminhos, renascimento, renovação...

Novos olhares? Novas paisagens e cenários? Novas imagens, outras memórias, histórias pra contar, mudar, viver...

Lembrei-me de uma obra de Monet. Aliás, uma série de quadros que ele pintou diante da Catedral de Rouen. A cada momento, uma nova percepção de uma mesma imagem. Forma e cor se modificam, por causa da luz.


Disponível em http://blocs.xtec.cat/tecladecolor/category/activitat-del-curs/
Que a luz incida sobre a vida de todos nós em 2011, nos dando a oportunidade de vivenciarmos novos olhares diante de nossos cenários!
 

domingo, 7 de novembro de 2010

Certezas...

De nossos medos
nascem nossas coragens
e em nossas dúvidas
vivem nossas certezas.
Os sonhos anunciam
outra realidade possível
e os delírios outra razão.
Nos extravios
achados nos esperam
porque é preciso perder-se
para voltar a encontrar-se.
(Eduardo Galeano)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Sabença aprendida"

Cerimônias sempre me emocionam. Muito até. Casamentos, nascimentos, formaturas são as minhas preferidas. Minha sensibilidade aflora!
Essa semana assisti a uma cerimônia de conclusão de curso (não considerei como uma formatura, embora tivesse toda formalidade e pompa. Tratava-se de uma cerimônia de conclusão do Ensino Médio). Como já era de se esperar, muitas alegrias regadas por rios de lágrimas durante a entrada dos "formandos" (principalmente com a entrada do meu sobrinho!!), com os discursos, as músicas...
Esses momentos, além de despertar em mim um turbilhão de emoções e borrar toda minha maquiagem, me colocam no meio do olho de um furacão. Imagens de lembranças vividas, sentidas, desejadas.
As memórias vêm como filmes, curtas-metragens, do tipo uma câmera na mão, idéias na cabeça.
Crio roteiros: de ficção, quando as lembranças se aproximam do desejo ou documentários quando o que passou marcou tanto que ainda sinto o cheiro de tudo no ar. Não sei explicar como e nem por que motivo, ao mesmo tempo em que minha mente está  pensando no cenário e personagens desses roteiros, ouço e vejo o que se passa no entorno.
Num determinado momento (de atenção desfocada) durante a cerimônia de "Colação de Grau", ouvi o Paraninfo da turma dizer algo parecido a "...Vocês têm de tudo para se transformarem em líderes: capacidade, conhecimento, possibilidade de crescer, buscar, qualquer que seja a profissão que escolherem...". Muitos saberes, informações acumuladas... quanta coisa ainda há por vir...
Viajei. Novos roteiros, novos personagens, novas locações. No meu roteiro, acrescentei Guimarães Rosa, mudei o cenário, tempo, espaço. Não mais estávamos no salão nobre de uma casa de festas. Não mais o espaçotempo de agora, mas o de doismilequalquercoisa (não importas muito datas marcadas. Apenas as memórias que ficam delas). No meio do quase nada, só poeira e pouca vida. Um dos "formandos"(quem sabe até meu sobrinho!), no alto de sua sabedoria e estudo, ouve de um personagem local:
"-Adianta querer saber muita coisa? O senhor sabia, lá para cima - me disseram. Mas, de repente chegou neste sertão, viu tudo diverso diferente, o que nunca tinha visto. Sabença aprendida não adiantou para nada... Serviu algum?" (Guimaraes Rosa)
O que temos feito da nossa "sabença aprendida"?


Os despejados - Cândido Portinari, 1934
Disponível em http://historiaecriticadearte.wordpress.com/banco-de-imagens/



Guernica (detalhe) - Pablo Picasso, 1937
Disponível em http://artobserved.com/


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das crianças... de todas....

Encontrado na parede de 1 dormitório de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz.


Cena do filme "Filhos do Paraiso"

"Amanhã fico triste,
Amanhã.
Hoje não.
Hoje fico alegre.
E todos os dias,
por mais amargos que sejam,
Eu digo:
Amanhã fico triste,
Hoje não.
Para Hoje e todos os outros dias!!"

Feliz dia da criança!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Time like these

(Jack Johnson)
A desintegração da persistência da memória
Salvador Dali, 1954

In times like these
In times like those
What will be will be
And so it goes
And it always goes on and on...
On and on it goes
And there has always been laughing, crying, birth, and dying
Boys and girls with hearts that take and give and break
And heal and grow and recreate and raise and nurture
But then hurt from time to times like these
And times like those
And what will be will be
And so it goes
And there will always be stop and go and fast and slow
Action, Reaction, sticks and stones and broken bones
Those for peace and those for war
And god bless these ones, not those ones
But these ones made times like these
And times like those
What will be will be
And so it goes
And it always goes on and on...
On and on it goes
But somehow I know it won't be the same
Somehow I know it will never be the same

(Disponível em http://www.cifraclub.com.br/jack-johnson/times-like-these/)